Blog e outras atividades serão realizadas em diversos estados brasileiros. São Paulo, Brasília e Ceará já iniciaram as articulações.

Reunir comunicadores e comunicadoras de vários estados brasileiros em defesa da reforma agrária e contra a criminalização dos movimentos sociais que atuam na causa é o objetivo da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária. Organizada para dar ao público uma visão diferente da veiculada na grande mídia, a Rede coloca em pauta assuntos e discussões que, pelos grandes meios, não chegariam à sociedade.

Lançada oficialmente em 11 de março deste ano, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a Rede foi criada “a partir de uma necessidade, de uma urgência”, diz Altamiro Borges, Secretário Nacional de Mídia do PC do B, envolvido no projeto. Ela foi organizada em reação a criação da Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) da Reforma Agrária, no Congresso Nacional, quando a maioria dos grandes meios de comunicação não soube tratar o assunto com imparcialidade e beneficiou somente os grandes latifundiários. Comunicadores que defendem a causa agrária se organizaram, então, para garantir que a CMPI fosse adequadamente discutida.

A primeira ação do grupo foi montar um blog, que tem cinco editorias: o campo e o agronegócio, monitoramento da CPMI, discussão sobre os latifúndios e sobre a reforma agrária. Segundo Mayrá Lima, assesora de imprensa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), assim seria possível falar livremente sobre assuntos que parecem incomodar os setores conservadores, que estão mais preocupados em orquestrar uma criminalização dos movimentos sociais. Atualmente, o blog  é atualizado coletivamente pelos  mais de 200 seguidores que o movimento já envolveu.  (já está lá em cima) “Conseguimos bastante repercussão, sites de revistas como Caros Amigos e Fórum, além de vários blogs, nos apoiam”, esclarece Altamiro Borges.

Sistematicamente atacado pelos grandes veículos de imprensa, o MST vê na Rede a possibilidade de mostrar o outro lado da história. “Não vemos um debate sobre reforma agrária e às vezes ocorre a criminalização de movimentos que lutam por ela, como se fosse uma coisa absurda”, afirma Mayrá Lima. Segundo ela, mesmo com menos de um mês de existência, a Rede já ajudou a colocar o assunto em voga.

A Rede e suas ações – Para além do endereço eletrônico, a Rede pretende expandir suas ações. Primeiramente para outros estados. Além de São Paulo, onde encontra-se mais consolidada, já chegou à Brasília, onde reuniões estão agendadas. “Devemos mapear parceiros para futuras alianças e trabalhos. A Rede têm tido adesões interessantes. Além dos principais envolvidos e interessados, outros movimentos também participam”, diz Mayrá Lima.

No Ceará, os debates também já começaram.“Estamos planejando a adesão. Por enquanto, ainda é bastante interno, não começaram as articulações. Haverá uma reunião com o MST e a partir daí, serão definidas as próximas ações”, afirma Helena Martins, integrante do Intervozes.

Além disso, haverá também palestras em Faculdades de Comunicação, a fim de levar a questão à estudantes de jornalismo. Estão sendo planejados também exibições de documentários e debates. “Ainda estamos no início, os passos estão sendo dados na medida em que têm que ser”, acredita Mayrá Lima.

Fonte: Mariana Tokarnia, do Blog da Reforma Agraria